Com um orçamento inicial estimado em R$ 28 bilhões, as obras para a Copa de 2014, segundo a Matriz de Responsabilidades, cuja ultima versão saiu em setembro do ano passado, traz uma lista de obras com um custo total de R$ 25,569 bilhões.
Deste montante, R$ 8,2 bilhões financiados e outros R$ 5,7 bilhões em investimentos diretos da União. Outros R$ 7,8 bilhões são aplicados pelos governos locais (estado e cidade-sede), e apenas R$ 3,7 bilhões saem do bolso da iniciativa privada. A verdade é que muitos projetos foram cortados, em sua maioria de mobilidade urbana.
o ex-presidente Lula chegou a dizer, na época do anuncio oficial da Fifa, em 2007, que seria a "copa do dinheiro privado", e que não haveria dinheiro publico nos estádios.
Com a proximidade do mundial, pouco mais de três meses para o ponta pé inicial do jogo de abertura, os trabalhos para a execução e entrega dos projetos apresentados na Matriz de Responsabilidades, documento firmado por governo federal, estados e municípios, seguem com serias duvidas em relação a sua entrega a tempo para o mundial.
Os investimentos em segurança, orçados em R$ 1,8 bilhão, apenas R$ 411,6 milhões já foram contratados, e somente R$ 266 milhões efetivamente executados - pagos pela compra, obra ou serviço - até o inicio deste ano. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União) a maioria das ações de segurança é sigilosa e os projetos atrasados não podem ser detalhados.
Quando o assunto é turismo, os trabalhos idealizados para o evento, sequer teve o dinheiro liberado, pelo menos até janeiro passado. As obras seriam de construção ou reforma de centros de atendimento, sinalização e obras de acessibilidade.
Para mobilidade urbana, a Matriz, a principio, trazia 51 projetos para serem entregues antes da Copa. Hoje são 35 obras citadas das quais apenas uma esta 100% concluída, cinco não haviam começado ate o inicio de janeiro, 13 delas apresentam menos de 50% do cronograma financeiro executado. Destas 35 obras, 31 são financiadas pela Caixa Economica Federal.
Na area de telecomunicações, muito atraso. Dos 200,1 milhões de investimentos previstos pela Telebrás, apenas 38% já foi executado até o inicio do ano. Dos 171 milhões de orçamento da Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações), apenas 39% foi desembolsado até agora.
De sete projetos para os portos apenas uma obra entregue até agora, a do porto de Recife. As obras do porto do Rio, fica só para as Olimpíadas em 2016. O porto de Manaus esta com menos de 10% das obras concluídas, ficando assim fora do cronograma da Copa.
Para os aeroportos, a Matriz revelou que de 22 intervenções, nove ainda não foram entregues até fevereiro. Em cinco delas, a execução financeira da obra não chegou nos 50%. Na Matriz, ainda estão listadas 30 obras.
Estas informações são do balanço atualizado de execução dos projetos da Copa apresentado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) durante audiência publica sobre o legado do Mundial na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, na ultima terça-feira, vindas de auditorias do órgão, do Ministério do Esporte, da Caixa e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Os dados são de janeiro e fevereiro deste ano.
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