Lesão do atacante belga Benteke, às vésperas da Copa do Mundo do Brasil, faz lembrar de casos parecidos de Copas passadas e deixa um temor para os torcedores de seleções favoritas ao titulo de 2014
O atacante belga Christian Benteke rompeu o tendão de Aquiles durante treinamento do Aston Villa nesta quinta-feira e ficará de fora da Copa do Mundo. A seleção da Bélgica, vista por muitos como possível sensação da Copa de 2014, perde uma peça muito importante e certamente sentirá a falta de Benteke no mundial.
Faltando pouco mais de dois meses para a Copa do Mundo, a possibilidade de ficar de fora por conta de uma lesão é um fantasma na cabeça de jogadores e da própria torcida que imagina ver sua seleção completa e, de repente, em cima da hora, alguém se machuca e, pronto, fica de fora do maior espetáculo futebolístico do mundo.
E a possibilidade de isto acontecer em seleções vistas como favoritas ao titulo é real e de certa maneira preocupa.
Seleções como Brasil, Alemanha e Espanha correm este risco uma vez que, muitos de seus titulares seguem atuando em competições importantes. Se pegarmos a UEFA Champions League, por exemplo, temos Bayern de Munique com vários titulares alemães, Barcelona e Real Madri com praticamente toda a seleção espanhola, sem contar os brasileiros que atuam nesses times. É muita gente e a perda de um deles (só tem fera), certamente fará muita falta para suas seleções na Copa.
Fica a torcida para que todos eles continuem atuando bem e fiquem longe de contusões nesta reta final para a Copa do Mundo.
Mas vamos lembrar de cortes que já aconteceram ao longo das Copas e ver o quanto estas seleções perderam quando foram acometidas por este mal.
O Brasil já perdeu muito com contusões as vésperas de mundiais:
Tesourinha, ponta-direita do Internacional, tinha presença certa na Copa de 1950. Pouco antes do torneio, porém, lesionou o menisco em um jogo contra o Flamengo e precisou ser operado.
Em 1970, o ponta Rogério, do Botafogo, teve uma contusão séria e foi cortado, dando lugar ao goleiro Emerson Leão.
Em 1970, mesmo cortado, Rogério tornou-se um “23º jogador” e atuou espionando os adversários.
Na Copa de 1974, na Alemanha, o goleiro Wendell e o volante Clodoaldo perderam a vaga na lista entregue à Fifa, mas foram mantidos no grupo.
Em 1978, na Argentina, mais duas baixas: o lateral corintiano Zé Maria e o atacante Nunes, do Santa Cruz, se machucaram e não foram à Argentina.
Em 1982, o centroavante Careca, do Guarani sofreu um estiramento na coxa em um treinamento já na Espanha. Sua recuperação demoraria 20 dias e Telê Santana resolveu convocar Roberto Dinamite.
Quatro anos mais tarde, no México, quem não embarcou por determinação médica foi Toninho Cerezo. Zico, por outro lado, foi mantido no grupo, mesmo machucado. E perdeu o pênalti contra a França que poderia ter nos dado a classificação à semifinal.
O zagueiro Ricardo Gomes foi vetado na Copa de 1994, nos EUA, e cedeu a vaga a Ronaldão, do São Paulo.
Ficaram de fora da Copa de 1998 o zagueiro Márcio Santos e o volante Flávio Conceição, além do atacante Romário. Dispensado já na França. Em seu lugar foi convocado o volante Émerson, que, ironicamente, seria dispensado em 2002, ao se machucar num treino um dia antes da estreia do Brasil. Às pressas, foi chamado o meia Ricardinho, do Corinthians.
Em 2006, o volante Edmilson se contundiu e o técnico Carlos Alberto Parreira chamou Mineiro, do São Paulo.
Atletas estrangeiros que tiveram problemas antes da Copa:
A Copa de 1962 seria a última chance de o argentino Alfredo Di Stéfano disputar o torneio. Já veterano e naturalizado espanhol, chegou ao Chile machucado e entraria em campo nas quartas de final, mas sua seleção foi desclassificada na primeira fase.
Na África do Sul, em 2010, o alemão Michael Ballack rompeu os ligamentos do joelho direito ao levar uma entrada violenta do ganês Kevin-Prince Boateng, do Portsmouth.
Fabrizio Ravanelli, presença certa na seleção italiana que participaria da Copa do Mundo de 1998. Porém, uma pneumonia tirou suas chances de ir à França. Chiesa foi seu substituto. Ravanelli não voltaria a vestir a tradicional camisa azul pelo resto de sua carreira.
Marco van Basten, eleito o melhor jogador da Europa pela France Football em 1988, 89 e 92, Van Basten era o principal nome de uma ótima safra de jogadores holandeses. A carreira do atacante, entretanto, foi marcada por problemas com lesões, especialmente nos tornozelos. Para a Copa de 1994, o treinador Dick Advocaat esperou pelo atacante, que não conseguiu recuperação e, por isso, não pode ir aos Estados Unidos. Pouco depois, ele se aposentaria definitivamente do futebol, com apenas 30 anos.
Santiago Cañizares, o goleiro, que atuava pelo Valencia em 2002, seria o titular da seleção espanhola na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão. Mas, pouco antes da competição, ele se lesionou de um modo curioso: enquanto estava na concentração, ele derrubou um vidro de perfume no pé e se machucou. Cortado, Cañizares deu sua vaga a Iker Casillas. Desde então, o camisa 1 do Real Madrid tomou conta do gol da Espanha.
Sebastian Deisler, considerado um dos grandes talentos do futebol alemão da época, Deisler não teve chance de disputar uma Copa do Mundo por seu país. Tanto em 2002 quanto em 2006, ele ficou de fora da lista da seleção por contusões no joelho. Os seus cortes causaram problemas depressivos, que, mais tarde, levariam o atleta à aposentadoria com apenas 27 anos.
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